Goma, a causa de um problema menos conhecido nas lavandarias
Dave Benson, Business Development Diretor na Christeyns UK fala sobre a questão da goma da fibra, que se tornou um problema para as lavandarias comerciais, nos seus esforços de resposta ao fornecimento do setor hoteleiro.
Como muitas indústrias, o sector da lavandaria tem sido severamente afetado de muitas formas ao longo do último ano devido à pandemia, consequência do vírus Covid19, e às mudanças que esta trouxe à nossa vida quotidiana. Esta alteração conduziu a um padrão de funcionamento bastante errático para a maioria das lavandarias, com picos e falhas a causar todo o tipo de problemas, nomeadamente em termos de disponibilidade de pessoal, capacidade de fornecimento de roupa de cama e aplicação de novos procedimentos de higiene.
Para satisfazer os elevados níveis de procura, muitas lavandarias comerciais compraram grandes quantidades de roupa de cama, de modo a garantir que os clientes tivessem a oferta que necessitam. Contudo, isto trouxe consigo trabalho adicional para assegurar que as roupas estão prontas a serem utilizadas aquando necessário.
A roupa nova pode conter goma – um revestimento aplicado às fibras durante o fabrico para proporcionar proteção e aumentar as propriedades das fibras e a aderência dos compósitos. O material da goma forma um revestimento rígido e liso nos fios de urdidura para lhes permitir resistir às tensões cíclicas durante o processo de tecelagem no tear e reduzir a quebra das fibras.
Parte do processo de fabrico da roupa inclui um procedimento de remoção de goma dos fios de urdidura dos tecidos, uma vez que esta pode funcionar como uma barreira aos corantes e produtos químicos que causam problemas na linha de abastecimento
Infelizmente, este processo, deixa as lavandarias com roupa, que necessita de um tratamento especializado antes de poder ser usada. A equipa da Cole & Wilson da Christeyns, que se dedica ao tratamento de têxteis delicados, está a ser contactada por muitos dos seus clientes que procuram ajuda para lidar com este problema.
“Os têxteis estão a chegar às lavandarias com falhas na remoção da goma, sem dados sobre o tipo de goma ou processo correto para a remover. As lavandarias precisam remover totalmente a goma antes que a roupa possa ser utilizada”, afirma Dave Benson. “Se isso não ocorrer, a roupa não passará, adequadamente, pelo processo de engomagem e pode ser muito difícil remover qualquer mancha subsequente da roupa, por exemplo, de alimentos ou shampoos, pois o filme impede a ação ideal dos produtos químicos de lavagem.”
Devido à paragem e reinício constante da indústria hoteleira no ano passado, as lavandarias tiveram de lidar com o problema da goma em maior quantidade e de forma mais regular. Isto traz consigo várias questões, como por exemplo, têxteis mal lavados (uma vez lavados podem tornar mais difícil a remoção da goma), levar ao desperdício de horas de produção e a um elevado esforço na tentativa de resolução do problema.
Do ponto de vista da lavandaria, a adição de múltiplas etapas para alcançar um acabamento satisfatório significa um aumento dos custos em termos de água, energia, produtos químicos e tempo. Assim, a eficiência da produção fica reduzida, os tempos de processo serão mais longos e as horas de funcionamento das instalações prolongadas.
Retirar a goma requer conhecimento e os processos variam dependendo do tipo da goma utilizada. Os fatores de sucesso de remoção da goma são os seguintes:
– Tipo e quantidade de goma
– Viscosidade da goma em solução
– Facilidade de dissolução do tamanho da película no fio
– Natureza e a quantidade de plastificantes
– Construção do tecido
– Método para remoção da goma
– Método de lavagem
A Christeyns produziu um fluxograma e um guia de remoção que define o pH químico ideal e a temperatura ótima de lavagem, dependendo do tipo de goma. Este pode ser à base de amido, acrilato, poliéster, acetato de polivinil ou álcool PV e cada um tem as suas próprias especificidades. A Swiss Camplings tem trabalhado em estreita colaboração com a Christeyns e com o seu parceiro de fornecimento de roupa para ultrapassar este problema nas roupas novas:
“A súbita procura durante o surgimento do lockdown aumentou a necessidade de processar rapidamente a roupa nova. Sem dúvida, sentimos que também nós éramos vítimas da goma deixada no produto. Em conjunto com a Christeyns e o nosso principal fornecedor de roupa de cama, passámos muito tempo a avaliar e a testar. Todas as partes trabalharam abertamente em conjunto, partilhando informações”, afirma o diretor de engenharia e produção Craig Saunt.
“Tornou-se claro que a goma residual é um problema, mas também pode haver alguns desafios com a química de lavagem, condições de temperatura, condicionamento e engomadoria. A inconsistência das quantidades de goma residual combinada com qualquer um destes fatores pode levar muito rapidamente a novos desafios. Porque todos trabalhamos em conjunto, removemos o maior obstáculo que é, “de quem é a culpa”. Como parceria, continuaremos a trabalhar em conjunto sempre que virmos um novo problema, partilhando informações e lições aprendidas”.
Independentemente do agente desengordurante utilizado, o processo envolve a impregnação do tecido com este, permitindo que o agente degrade ou solubilize a goma, muitas vezes envolvendo tempos de inchaço mais longos, e depois, finalmente, a lavagem.
A Christeyns gostaria de ver este tipo de abordagem de parceria implementada com mais frequência, com mais e melhor informação por parte dos fornecedores de têxteis de forma a melhorar a remoção da goma antes de entrar na cadeia de fornecimento. Isto asseguraria a manutenção dos custos a um nível mínimo, e que o sector da hotelaria recebesse as suas necessidades de roupa de cama, a tempo e horas.